Ao contrários das escolas literárias predecessoras - Romantismo, Realismo, Naturalismo -, o Pré-Modernismo não seguia uma "fórmula". Os escritores desse período mesclam em suas obras características das escolas literárias anteriores. O poeta Augusto dos Anjos, por exemplo, unia em seus poemas o pessimismo da segunda geração romântica com cientificismo do Realismo. Como outro exemplo temos Lima Barreto, que uniu em "Triste Fim de Policarpo Quaresma" o nacionalismo ufanista da primeira geração romântica com a visão realista da sociedade, típica do Realismo.
Lima Barreto criticou no livro "Triste Fim
de Policarpo Quaresma" o nacionalismo/patriotismo exacerbado do
romantismo. Lendo o livro você perceberá que o protagonista, Policarpo
Quaresma, é ridiculamente patriota: só come e bebe alimentos de
origem nacional, além de desprezar os importados, assimila ao seu dia-a-dia
comportamentos do povo Tupi, como chorar escandalosamente quando um familiar
volta para casa entre outros.
Chamamos de Pré-Modernismo a essa fase de transição literária
entre as escolas anteriores e a ruptura dos novos escritores com as mesmas. Na Bahia,
ocorre a famosa “Revolta de Canudos”, que inspirava a obra “Os Sertões” do
escritor Euclides da Cunha. Em 1910, a rebelião “Revolta da chibata” era
liderada por João Cândido, o “Almirante Negro”, contra os maus tratos vividos
na Marinha. Os principais
escritores pré-modernistas são: Euclides da Cunha, Lima Barreto, Monteiro
Lobato, Graça Aranha e Augusto dos Anjos. Os
marcos literários são, especialmente, o já citado “Os Sertões”, de Euclides da
Cunha, e Canaã, de Graça Aranha. O
Pré-Modernismo não chega a ser considerado uma “escola literária”, pois não há
um grupo de escritores que seguem a mesma linha temática ou os mesmos traços
literários.